A insegurança bate à tua porta
Como uma venda lotérica
Um anúncio de jornal
Ou um pedido de pão.
A rua te assalta
Com postes acesos
À luz do dia
E as casas não te encontram
Portas não te abraçam
Janelas não te vêem.
Ônibus e carros buzinam
Estragos desenfreados
Sobre os nervos do teu medo.
Estás só como ninguém
Crucificado na paisagem
Desaparecido na vertigem
Do passeio da tua casa à cidade
Sozinho como uma multidão cega
Perdido no teu próprio sequestro
Sem resgates ou exigências
Como um número que não conta
Um nome que não existe.
(Jardim Atlântico, Olinda, março / 2005)
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