As palavras não me deixam dormir
Entram no quarto e vêm para a cama
Encorpadas como uma fêmea
- A poesia não é uma mulher ? -
Erguem meu corpo como se me amparassem
E pedem que eu penetre nelas
Com as suas pernas abertas
E como se a noite fosse um sexo estelar
Desorbitando a minha dor
Com alegria e prazer.
As palavras não me deixam dormir
Até que eu me esgote
Ou refaça em mim
A energia vital
Como uma eternidade sem morte.
(Jardim Atlântico, Olinda /
25 de novembro 2006)