Não posso me orgulhar
de santidade
de coração mais puro
- provador na dor no desengano
nos amores vividos -
da mente aberta e livre
sem limites e sem fronteiras.
Tenho dentro de mim
o bicho da inveja
(não é a inveja
dos grandes poetas
dos nomes eternizados
nas Letras e nas Artes
milhões de vezes
melhores do que eu),
essa espécie de doença
que corrói e mata
e golpeia sem medida
todo coração.
Invejo as mãos e a habilidade
de ciência agrícola
do meu tio Manuel
e do negro velho Cosme
que sabem namorar a terra
germinar sementes
florescê-las e frutificá-las.
(Jardim Atlântico, Olinda /
junho 2005)