Quando te sonho
Tu me sonhas também ?
Entro no teu sonho
Como tu entras no meu
E sou tão real de repente vivo
Me adensando na tua cama
Como um animal que tu és
Me possuindo e sendo minha ?
Estás distante de mim
Como eu nunca estive tão distante de ti
E apareces carnal
Como se o sonho transportasse
E transformasse o meu corpo
Em tuas mãos em tua dádiva
E é assim que eu ilumino
O teu sonho e desintegro
O teu sono ?
Eu me faço presente em tua vida
Um bicho quente e sanguíneo
Que tocas acaricias e te alimenta
Assim como esse prazer concreto
Que a tua imagem viaja dentro de mim
Para além da noite e do sonho interminável ?
(Casa Amarela, Recife, 2008)