não quero mais ler
quero ler-te
pronunciar-te
rabiscar
escrevinhar
com a minha língua
teu nome
linguar-te
lamber-te
eme a erre cê i a
Márcia
macia carne
corpo tenroso
terrena tela
para pintar-te
como eu pinto
meu pau aceso
encaralhar-te
escrevendo em fogo
dentro de ti
o meu e o teu nome
para sempre
me fazendo eterno
e tua eternidade
(Palmares, maio / 2002)
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
RIO UNA (PALMARES)
da janela do hotel
vejo o rio
Una Una negro negro
refletindo verdes
terras canaviais montes
o rio se move
e as águas parecem paradas
passantes ? errantes ?
a água é terra líquida
e o céu não tem
no sol da tarde
o mesmo brilho do seu leito
o rio não passa
não vai a lugar nenhum
o rio fixa-se no corpo da cidade
como um colar
enfeitado pelo seu colo
cobra coleando os limites urbanos
além do tempo
além da vida
(Palmares, 12/maio/2002)
vejo o rio
Una Una negro negro
refletindo verdes
terras canaviais montes
o rio se move
e as águas parecem paradas
passantes ? errantes ?
a água é terra líquida
e o céu não tem
no sol da tarde
o mesmo brilho do seu leito
o rio não passa
não vai a lugar nenhum
o rio fixa-se no corpo da cidade
como um colar
enfeitado pelo seu colo
cobra coleando os limites urbanos
além do tempo
além da vida
(Palmares, 12/maio/2002)
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