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Feições limpas pele clara carne viva
de uma beleza única incompreensível
e nunca vista
como a de todo poeta
- porque ninguém mergulha dentro de mim.
Poeta desde que me descobri homem
com Destino certo entregue à Poesia,
sem precisar de arautos autorizações e atestados críticos
ou qualquer formação na escola dos outros.
Aprendi na vida sem me enganar
e porque sou poeta
sei antes de ler e escrevo sem saber o que escreverei.
Tenho no coração provinciano a grandeza de São Paulo
e pela metrópole do meu cérebro acordado 24 horas por dia
sonho a cada segundo uma única cidade humana.
Escrevo porque é preciso escrever
porque os homens precisam que os poetas escrevam
e lhes dêem notícias deste mundo e de outros mundos que eles não conhecem,
escrevo porque o meu coração se abre a todo instante
para falar em voz alta sem medo
negando o Silêncio a Solidão a Morte.
Verbo em vida me inscrevo
com a nudez humilde dos que nascem
e o despojamento corporal dos que morrem.
Escrevo sanguíneo rio-mar vertigem sem parar
no turbilhão de mim mesmo
encarnado em cada verso canção poema
com uma eternidade em meio século de idade.
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(Palmares, julho/2004)
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