meus olhos já não vêem direito
traços
pontilhados
linhas do rosto
da cidade
da rua aberta das retinas
os sons matizados
as luzes grafadas
alfabetos da pele
códigos sensoriais
e as vias-lácteas
de intimidades e distâncias
meus olhos doem
um sol uma lua dias noites
que habito e desconheço
como se a tua presença
não estivesse no meu mundo
e desabitasse a memória
do corpo e da existência
o que vive em ti é o meu olhar
(Recife, abril / 2006)
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